tag:blogger.com,1999:blog-34079448532031442322024-03-13T07:33:44.834-07:00GILCELIO EM 2011, MAIS UM BIBLIOTECÁRIO!!!GILCELIO EM 2011, UM NOVO BIBLIOTECÁRIO!!!!http://www.blogger.com/profile/03635209213171788253noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-3407944853203144232.post-83918506321464079362009-11-26T16:22:00.000-08:002009-11-26T16:24:51.880-08:00CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO BIBLIOTECÁRIOFonte: <a href="http://www.ced.ufsc.br/bibliote/crb/etica.html">http://www.ced.ufsc.br/bibliote/crb/etica.html</a><br />(acesso em 26 de novembro de 2009)<br /><br />SEÇÃO I DOS OBJETIVOS<br />Art. 1° - O Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar normas de conduta para os profissionais em Biblioteconomia, quando no desempenho da profissão. <a name="dois"></a><br />SEÇÃO II DOS DEVERES E OBRIGAÇÕES<br />Art. 2° - Os deveres do profissional de Biblioteconomia compreendem além do exercício de suas atividades:<br />a) dignificar através de seus atos a profissão tendo em vista a elevação moral, ética e profissional da Classe;<br />b) observar os ditames da Ciência e da técnica, servindo ao Poder Público, à Iniciativa Privada à Sociedade em geral;<br />c) respeitar leis e normas estabelecidas para o exercício da profissão;<br />d) respeitar as atividades de seus colegas e de outros profissionais;<br />e) colaborar eficientemente com a Pátria, o Poder Público e a Cultura.<br />Art. 3° - Cumpre ao profissional de Biblioteconomia:<br />a) preservar o cunho liberal e humanista de sua profissão, fundamentado na liberdade da investigação científica e na dignidade da pessoa humana;<br />b) exercer a profissão, aplicando todo zelo, capacidade e honestidade no seu exercício;<br />c) cooperar intelectual e materialmente para o processo da profissão, mediante o intercâmbio de informações com Associações de Classe, Escolas e Órgãos de divulgação técnica e científica;<br />d) guardar sigilo no desempenho de suas atividades, quando o assunto assim exigir;<br />e) realizar, de maneira digna, a publicidade de sua instituição ou atividade profissional, evitando toda e qualquer manifestação que possa comprometer o conceito de sua profissão ou de colega;<br />f) considerar que o comportamento profissional irá repercutir nos juízos que se fizerem sobre a Classe;<br />g) manter-se atualizado sobre a legislação que rege o exercício profissional da Biblioteconomia, cumprindo-a corretamente e colaborando para seu aperfeiçoamento;<br />h) combater o exercício ilegal da profissão.<br />Art. 4° - A conduta do bibliotecário em relação aos colegas deve ser pautada nos princípios de consideração, apreço e solidariedade, em consonância com os postulados da Classe.<br />Art. 5° O bibliotecário deve, em relação aos colegas, observar as seguintes normas de conduta:<br />a) ser leal e solidário, sem conivência com erros que venham a infringir a ética e as disposições legais que regem o exercício da profissão;<br />b) evitar críticas e/ou denúncias contra outro profissional, sem dispor de elementos comprobatórios;<br />c) respeitar as idéias de seus colegas, os trabalhos e as soluções, jamais usando-os como de sua própria autoria;<br />d) evitar comentários desabonadores sobre a administração de colegas que vier a substituir;<br />e) abster-se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega que dele tenha desistido para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da Classe, desde que permaneçam as mesmas condições que ditaram o referido procedimento.<br />Art. 6° - O bibliotecário deve, com relação à Classe, observar as seguintes normas:<br />a) prestigiar as entidades de Classe, contribuindo sempre que solicitado, para o sucesso de suas iniciativas em proveito da coletividade;<br />b) zelar pelo prestígio da Classe, pela dignidade profissional e pelo aperfeiçoamento de suas instituições;<br />c) facilitar o desempenho dos representantes do órgão fiscalizador, quando no exercício de suas respectivas funções.<br />Art. 7° - O bibliotecário deve, em relação aos usuários, observar a seguinte conduta:<br />a) aplicar todo zelo e recursos ao seu alcance no atendimento ao público, não se recusando a prestar assistência profissional, salvo por relevante motivo;<br />b) tratar os usuários com respeito e urbanidade, não prescindindo de igual tratamento por parte deles;<br />c) ater-se ao que lhe compete na orientação técnica da pesquisa e na normalização do trabalho intelectual.<br />Art. 8° -O bibliotecário deve interessar-se pelo bem público e, com tal finalidade, contribuir com seus conhecimentos, capacidade e experiência para melhor servir à coletividade.<br />Art. 9° - No desempenho de cargo, função, ou emprego, cumpre ao bibliotecário dignificá-lo moral e profissionalmente.<br />Art. 10° - Quando consultor, o bibliotecário deve limitar seus pareceres às matérias específicas que tenham sido objeto da consulta. <a name="03"></a><br />SEÇÃO III DAS PROIBIÇÕES<br />Art. 11° - Não se permite ao profissional de Biblioteconomia, no desempenho de suas funções:<br />a) praticar, direta ou indiretamente, atos que comprometam a dignidade e o renome da profissão;<br />b) nomear ou contribuir para que se nomeiem pessoas sem habilitação profissional para cargos privativos de bibliotecários, ou indicar nomes de pessoas sem registro nos CRBs;<br />c) expedir, subscrever ou conceder certificados, diplomas ou atestados de capacitação profissional a pessoas que não preenchem os requisitos indispensáveis para exercer a profissão;<br />d) assinar documentos que compromentam a dignidade da Classe;<br />e) violar o sigilo profissional;<br />f) valer-se de influência política em benefício próprio, quando comprometer o direito de colega ou da Classe em geral;<br />g) deixar de comunicar aos órgãos competentes as infrações legais e éticas que forem de seus conhecimento;<br />h) deturpar, intencionalmente, a interpretação do conteúdo explícito ou implícito em documentos, obras doutrinárias, leis, acórdãos e outros instrumentos de apoio técnico do exercício da profissão, com intuito de iludir a boa fé de outrem;<br />i) fazer comentários difamatórios sobre a profissão e suas entidades.<br /><a name="04"></a>SEÇÃO IV DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES E PENALIDADES<br />Art. 12° - A transgressão de preceito deste Código constitui infração disciplinar, sancionada, segunda a gravidade, com a aplicação das seguintes penalidades:<br />a) advertência confidencial, em aviso reservado;<br />b) censura confidencial, em aviso reservado;<br />c) suspensão de registro profissional por prazo de até 1 (hum) ano;<br />d) cassação do registro profissional “ad referendum” do Conselho Federal.<br />§ 1° - Cassado o registro profissional, caberá ao CRB recolher a Carteira de Identidade Profissional do infrator.<br />§ 2° - As penalidades serão anotadas na Carteira de Identidade Profissional e no cadastro do Conselho Regional, sendo comunicadas ao Conselho Federal, demais Conselhos Regionais e ao empregador.<br />Art. 13° - Compete originalmente aos CRBs o julgamento das questões relacionadas à transgressão de preceito do Código de Ética, facultado recurso de efeito suspensivo, interposto ao CFB. Parágrato Único - O recurso deverá ser interposto dentro do prazo de 30 (trinta) dias a contar da data do recebimento da comunicação. <a name="05"></a><br />SEÇÃO V DA APLICAÇÃO DE SANÇÕES<br />Art. 14° - O Conselho Federal de Biblioteconomia deve baixar resolução estabelecendo normas para apuração das faltas e aplicação das sanções previstas neste Código. <a name="06"></a><br />SEÇÃO VI DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS<br />Art. 15° - O bibliotecário deve exigir, por seu trabalho, remuneração justa e proporcional às atividades exercidas.<br />Art. 16° - O bibliotecário não deve oferecer ou disputar serviços profissionais, mediante aviltamente de honorários ou em concorrência desleal. <a name="07"></a><br />SEÇÃO VII ABRANGÊNCIA DO CÓDIGO<br />Art. 17° - As normas deste Código aplicam-se às pessoas físicas e jurídicas que exerçam as atividades profissionais de Biblioteconomia. <a name="08"></a><br />SEÇÃO VIII MODIFICAÇÃO DO CÓDIGO<br />Art. 18° - Qualquer modificação deste Código somente pode ser feita pelo Conselho Federal de Biblioteconomia, mediante proposta de Conselho Regional ou de Conselheiro Federal. <a name="09"></a><br />SEÇÃO IX VIGÊNCIA DO CÓDIGO<br />Art. 19° - O presente Código entra em vigor em todo o Território Nacional, a partir de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.<br />Informações do Código de Ética Profissional do Bibliotecário conforme Resolução do Conselho Federal de Biblioteconomia n°327/86 e publicado no Diário Oficial da União em 04/11/86.GILCELIO EM 2011, UM NOVO BIBLIOTECÁRIO!!!!http://www.blogger.com/profile/03635209213171788253noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3407944853203144232.post-4575777711744411052009-11-26T15:52:00.000-08:002009-11-26T16:19:38.757-08:00O PERFIL DO BIBLIOTECÁRIO EMPREENDEDORFonte: <a href="http://revista.acbsc.org.br/index.php/racb/article/view/650/718">http://revista.acbsc.org.br/index.php/racb/article/view/650/718</a> (acesso em: 26 de novembro de 2009):<br /><br />Resumo: Este artigo foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica e tem o<br />objetivo de apresentar o perfil do bibliotecário empreendedor. Nessa linha, busca<br />caracterizar o bibliotecário empreendedor, discorrendo sobre a sua atuação em<br />organizações e como profissional autônomo e empreendedor de seu próprio<br />negócio. Pode-se constatar que o campo do empreendedorismo nas áreas da<br />biblioteconomia e da gestão da informação é vasto e que existem inúmeras<br />oportunidades para os bibliotecários empreenderem. Todavia, são necessárias<br />mudanças nos perfis desses profissionais, que precisam cada vez mais ter visão<br />multidisciplinar, agregando continuamente novas competências e habilidades para<br />que assim estejam aptos a competir no mercado de trabalho.<br /><br />Palavras-Chave: Biblioteconomia - Empreendedorismo; Biblioteconomia -<br />Intraempreendedorismo; Bibliotecário empreendedor; Bibliotecário<br />intraempreendedor.<br /><br />1 INTRODUÇÃO<br />Devido à globalização da economia e a concorrência no<br />sistema de mercado é cada vez mais comum ocorrerem rápidas<br />transformações em todos os setores da economia. A fim de<br />acompanhar essas mudanças, as organizações e os profissionais de<br />todas as áreas precisam continuamente se aperfeiçoar, capacitar e<br />atualizar para estarem aptos a enfrentar os desafios impostos pela<br />ordem econômica vigente e garantir a melhoria contínua e sustentada<br />da competitividade organizacional e profissional, respectivamente.<br />Apesar dessas contingências, ainda existem culturas<br />organizacionais tradicionalmente fechadas e centralizadas. Essas<br />organizações são altamente técnicas, burocráticas e com rotinas<br />padronizadas. Conseqüentemente, seus profissionais não possuem ou<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 28<br /><br />não são incentivados a atitudes empreendedoras no sentido de<br />aumentarem a capacidade organizacional de competir em meio às<br />freqüentes variações do mercado.<br />Parafraseando Peter Drucker, as organizações hoje precisam de<br />“trabalhadores do conhecimento” ou “cérebros-de-obra”. Nesse<br />contexto também se incluem as unidades de informação, onde ainda<br />é freqüente ver bibliotecários exercendo somente as atividades<br />técnicas tradicionais da biblioteconomia. Faltam a essas organizações<br />práticas empreendedoras de gestão, que permitam aos seus<br />colaboradores boas iniciativas e o exercício da criatividade para<br />poderem acompanhar o avanço exponencial do sistema de mercado e<br />das tecnologias de informação e comunicação e oferecer aos clientes<br />informações que atendam às suas necessidades e expectativas.<br />Este artigo, desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica, tem<br />o objetivo de apresentar o perfil do bibliotecário empreendedor.<br />Nessa linha, busca-se caracterizar o bibliotecário empreendedor,<br />discorrendo sobre a sua atuação dentro e fora das mais diversas<br />organizações e contextos, tendo em vista que “[...] empreender não<br />significa somente criar novas empresas, significa também colocar em<br />prática todas as habilidades que um indivíduo possui na realização de<br />algo novo na organização em que trabalha, tornando-se um<br />intraempreendedor” (ALVES, 2006, p. 13).<br /><br />2 EMPREENDEDORISMO E<br />INTRAEMPREENDEDORISMO<br />O empreendedorismo, de acordo com a literatura, surgiu no<br />século XII, na área das Ciências Administrativas, passando a ser um<br />campo de estudo na década de 80. Nessa época instalava-se um novo<br />paradigma técnico-econômico: a união de diversos fatores, como em<br />especial a automação e a grande aplicação do conhecimento aos tipos<br />de produção, implicaram no aumento da produção e acarretou a<br />diminuição das vagas de trabalho.<br />Para uma organização ser considerada empreendedora ela deve<br />ter: “[...] atitude pró-ativa, objetivos maiores do que o potencial ou<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 29<br /><br />fontes existentes, cultura do trabalho em equipe, habilidade para<br />aprender e habilidade para resolver situações problemáticas”<br />(ULHØI; GLOSIENE apud DALPIAN; FRAGOSO; ROZADOS,<br />2007, p. 101).<br />O ato de empreender, segundo Dalpian, Fragoso e Rozados<br />(2007, p. 2), é apoiado em quatro pilares distintos: “[...] identificar e<br />avaliar as oportunidades; desenvolver planos de negócio; determinar<br />recursos necessários e administrar a empresa resultante”. Acerca<br />disso, Honesko (2002, p. 3) afirma que<br />[...] o desenvolvimento dos empreendedores parte<br />do princípio de que os seres humanos são dotados<br />de uma necessidade de criar algo que jamais<br />existiu, ou melhorar o que não funciona bem,<br />podendo tais criações tornarem-se ou não<br />lucrativas. Isso significa fazer coisas novas ou<br />desenvolver maneiras novas e diferentes de fazer<br />as coisas. A atividade de empreender é<br />representada principalmente pela identificação e<br />aproveitamento constante de novas<br />oportunidades. É através de uma idéia que se<br />visualiza uma oportunidade. E as oportunidades<br />decorrem das mudanças.<br />Complementando os autores acima, Malheiros, Ferla e Cunha<br />(2003, p. 17) dizem que o empreendedorismo não deve ser<br />considerado um traço de personalidade, ele é um comportamento,<br />portanto as pessoas podem aprender a se comportar dessa maneira.<br />A idéia de economia empreendedora começou a se fortalecer<br />no fim do século XX, fazendo “[...] surgir novas tendências de<br />trabalho e a valorização do profissional criativo, inovador e capaz de<br />trabalhar para si mesmo, em pequenos negócios, ou até mesmo no<br />ambiente de sua própria casa” (CARDOZO E BARBOSA, 2004, p.<br />3).<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 30<br />Nesse contexto, as organizações começaram a caminhar para<br />um modelo baseado no indivíduo gerenciador de sua própria carreira,<br />sendo empreendedor ou intraempreendedor.<br />Para Filion (apud Dolabela, 1999, p. 28) “[...] um<br />empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza<br />visões”. O ambiente onde nasce e/ou onde trabalha pode ser decisivo<br />para a formação de um empreendedor, ou seja, a educação, a família<br />e as convicções pessoais são fatores influenciáveis no<br />desenvolvimento do perfil empreendedor. Desta maneira, pode<br />nascer um empreendedor em uma família estruturada, que tem como<br />prioridades a educação e a cultura (ALVES, 2007).<br />Segundo Dolabela (1999, p. 28), “[...] o empreendedor é um ser<br />social, produto do meio em que vive (época e lugar). Se uma pessoa<br />vive em um ambiente em que ser empreendedor é visto como algo<br />positivo, então terá motivação para criar o seu próprio negócio”.<br />Ainda segundo esse autor, o empreendedor é alguém que: (a) busca<br />realizar seus próprios sonhos, em busca da auto-realização; (b)<br />acredita que pode convencer pessoas a realizarem seus sonhos; (c)<br />coloca o destino a seu favor e tem a certeza que faz diferença no<br />mundo; e (d) não se abate diante dos erros e fracassos, pelo contrário,<br />aprende com eles.<br />Dando continuidade, Dolabela (1999, p. 36), no livro Segredo<br />de Luísa, afirma que não se pode dizer que uma pessoa com as<br />características acima será um empreendedor de sucesso, mas ela terá<br />mais chances de ser bem-sucedida do que uma pessoa que não as<br />detem. Segundo ele, as pesquisas desenvolvidas por Timmons (1994)<br />e Hornaday (1982) apresentam várias outras características que<br />podem determinar um empreendedor, como: iniciativa, autonomia,<br />autoconfiança, otimismo, forte intuição, sonhador, criatividade e<br />persistência.<br />Na pesquisa de Timmons (apud DOLABELA, 1999, p. 64), os<br />empreendedores pesquisados apontaram diversos fatores que podem<br />levar um empreendedor ao sucesso. Dentre eles destaca-se:<br />- Faça o que lhe dá energia. Divirta-se.<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 31<br />- Imagine como fazer funcionar algo.<br />- Diga “posso fazer”, ao invés de “não posso” ou<br />talvez.<br />- Qualquer coisa é possível se você acreditar que<br />pode fazê-la.<br />- Seja insatisfeito com o jeito que as coisas estão<br />e procure melhorá-las.<br />- Faça as coisas de forma diferente.<br />- Fazer dinheiro é mais divertido do que gastá-lo.<br />Todavia, assim como existem fatores que podem levar um<br />empreendedor a alcançar o sucesso, existem aqueles que podem leválo<br />ao fracasso, como não mudar suas idéias, fazer mais ao invés de<br />aprender mais e gastar pouco tempo no diálogo com sócios,<br />colaboradores e clientes. O empreendedor precisa estar atento às<br />situações para preparar-se e agir antecipadamente a elas.<br />Ao se tratar de intraempreendedorismo os pressupostos são os<br />mesmo, alterando apenas o contexto. De acordo com Uriarte (2000,<br />p. 48), “[...] o termo intraempreendedor (tradução do Inglês -<br />intrapreneur) foi cunhado por Gifford Pinchot (1989) para designar o<br />‘empreendedor interno’”.<br />Para Pinchott III (apud ALVES, 2006, p. 18) “[...] o<br />intraempreendedorismo é uma habilidade incentivada nas<br />organizações com vistas a desencadear inovações aproveitando-se<br />dos talentos empreendedores dos seus funcionários”. Sendo assim,<br />[...] o intraempreendedorismo é uma maneira<br />saudável para reagir aos desafios empresariais.<br />Grandes empresas estão demonstrando que é<br />preciso renovar rapidamente para não morrer. No<br />momento em que a inovação se tornou uma<br />ferramenta competitiva importante, o profissional<br />intraempreendedor começou a surgir e percebeuse<br />conseqüentemente que era preciso dar apoio a<br />essas pessoas com idéias inovadoras, porque são<br />elas que possuem as competências<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 32<br />empreendedoras responsáveis pelas mudanças<br />(PINCHOTT III apud ALVES, 2006, p. 19).<br />Alves (2006, p. 18), por sua vez, afirma que “[...]<br />empreendedores internos são aqueles que possuem liberdade para<br />inovar ou criar novos produtos, através do incentivo e das<br />oportunidades dadas pelas empresas em que trabalham”. E acrescenta<br />que “[...] ser intraempreendedor é ter um comportamento de<br />inquietação e estar disposto a assumir riscos calculados”.<br />Segundo Uriarte (2000, p. 61), “[...] acredita-se que o<br />intraempreendedorismo, assim como o empreendedorismo, pode ser<br />aprendido, seja por meio de cursos, palestras e seminários, ou com a<br />prática, por intermédio da experiência de pessoas já<br />intraempreendedoras”.<br />O apoio da empresa em que o indivíduo atua é fator essencial,<br />pois os intraempreendedores “[...] são aqueles que, a partir de uma<br />idéia, e recebendo a liberdade, incentivo e recursos da empresa onde<br />trabalham, dedicam-se entusiasticamente em transformá-la em um<br />produto de sucesso” (URIARTE, 2000, p.48-49). Uriarte acrescenta<br />que o intraempreendedor mesmo dentro da instituição onde trabalha<br />pode, “[...] vivenciar as emoções, riscos, e gratificações de uma idéia<br />transformada em realidade”.<br />David (2004, p. 45), afirma que os intraempreendedores:<br />[...] anseiam por liberdade dentro da organização,<br />são orientados para metas, comprometidos e<br />automotivados, mas também reagem às<br />recompensas e ao reconhecimento da empresa.<br />São indivíduos que “põem a mão na massa” e<br />fazem o que deve ser feito. Gostam de riscos<br />moderados, não temem ser demitidos e por isso<br />vêem pouco risco pessoal. E, principalmente,<br />fogem do estado estável, detestam as rotinas, pois<br />são criativos e inovadores.<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 33<br />Honesko (apud Alves, 2007, p.18), “[...] sugere que qualquer<br />um pode se tornar uma pessoa inovadora, uma vez que muitos<br />produtos e serviços inovadores foram criados por indivíduos que<br />queriam melhorar os seus processos de trabalho”. Dessa forma o<br />“[...] indivíduo empreendedor dentro de uma organização precisa ter,<br />acima de tudo, um comportamento de liderança capaz de guiar a<br />equipe de trabalho na busca de novas idéias”.<br />Uriarte (2000, p. 61), afirma que:<br />Todas as pessoas apresentam algumas<br />características intraempreendedoras em seu perfil<br />comportamental, basta saber se o número de<br />características apresentadas é suficiente para o<br />indivíduo ser considerado um intraempreendedor<br />de sucesso. Em um futuro próximo, acredita-se<br />que o indivíduo deverá apresentar um<br />comportamento intraempreendedor para manter<br />seu emprego.<br />Diante disso, torna-se necessário o indivíduo investir em sua<br />educação continuada, qualificação e aperfeiçoamento constantes para<br />que possa atuar efetivamente como agente de mudança e inovação e<br />como parceiro na criação de novas possibilidades para a organização<br />em que atua. Todavia, a recíproca também é verdadeira. As<br />organizações hodiernas, para se manterem competitivas, também<br />precisam investir no seu capital humano para não perdê-lo para a<br />concorrência.<br /><br /><br /><br />3 BIBLIOTECÁRIO EMPREENDEDOR E<br />INTRAEMPREENDEDOR<br />No sistema econômico emergente concomitante à diminuição<br />da oferta de empregos para mão-de-obra não-especializada está<br />ocorrendo o fenômeno da terceirização e dos empregos autônomos.<br />O bibliotecário que estiver preparado para essas mudanças também<br />poderá se inserir nesse cenário.<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 34<br /><br />Locais com documentos desorganizados e com tomadores de<br />decisão com necessidade de informação são oportunidades de<br />trabalho para os bibliotecários. Assim, se a demanda do mercado de<br />trabalho é por profissionais para organizar e recuperar informação de<br />forma autônoma, o bibliotecário pode terceirizar seu serviço.<br />Para se tornar um empreendedor, o bibliotecário deve estar<br />preparado e disposto a enfrentar essas mudanças que vêm ocorrendo<br />no mercado de trabalho. Todavia, problemas são encontrados na<br />formação do bibliotecário com o perfil requerido. Um desses<br />problemas parece ser a atual estrutura dos cursos de biblioteconomia<br />do país. Segundo Alves (2006, p. 22),<br />É certo que para haver mudanças é preciso mudar<br />a formação dos profissionais. A forma como se<br />ensina precisa acompanhar as mudanças por que<br />passa a sociedade e dar maior importância à<br />formação empreendedora, influenciando nas<br />competências e dando maior capacidade<br />autônoma aos profissionais da informação.<br />Segundo resultados de pesquisa realizada por esse autor<br />envolvendo um grupo de bibliotecários formado pela Universidade<br />do Estado de Santa Catarina (UDESC), verificou-se que os<br />bibliotecários recém-formados, de maneira geral, não têm perfil<br />empreendedor e tampouco conhecem o tema empreendedorismo.<br />Depois de formados, a maioria das atividades desenvolvidas por<br />esses profissionais é de cunho técnico.<br />Uma pesquisa realizada por Cardozo e Barbosa (2004) mostrou<br />que de dez bibliotecários que se consideravam empreendedores, oito<br />recorreram a cursos, treinamentos, conferências e eventos sobre<br />legislação para negócios, motivação, informática, leitura de temas<br />gerenciais, de mercado e de negócios, entre outros, para<br />desenvolverem as competências e habilidades que são importantes<br />para a atividade empreendedora. Eles afirmam que os conteúdos<br />propostos pelo curso de graduação em Biblioteconomia não<br />abordavam esses temas.<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 35<br /><br />Segundo as autoras “[...] o bibliotecário-empreendedor deve ser<br />criativo, flexível, inovador e ter visão do negócio em que atua, além<br />de estar sempre sensibilizado para a necessidade de atualização<br />permanente, no que tange ao conhecimento e às técnicas e métodos<br />de trabalho” (CARDOZO; BARBOSA, 2004, p. 17). Nessa mesma<br />linha de pensamento Dalpian, Fragoso, Rozados (2007, p. 3)<br />complementam que “[...] é fundamental agregar-se valor e, de modo<br />especial, deve-se sempre aprender a aprender, a aprender a<br />empreender”.<br />Além do conhecimento técnico o bibliotecário, na atual<br />conjuntura da sociedade da informação e do conhecimento, precisa<br />de habilidades e competências empreendedoras. Para Dalpian,<br />Fragoso e Rozados (2007, p. 5) as competências necessárias, além<br />das citadas por Cardozo e Barbosa (2004) são: polivalência,<br />liderança, poder de negociação, excelência na comunicação,<br />participação em redes além de visão empreendedora.<br />Valentim (1998, p. 112), por sua vez, afirma que<br />[...] nestes últimos anos verifica-se um<br />crescimento na atuação do profissional<br />bibliotecário, como consultor, assessor,<br />autônomo, ou mesmo terceirizado. No entanto,<br />sabe-se que é uma minoria. Neste mercado livre é<br />necessário um profissional bibliotecário mais<br />empreendedor, mais ousado. Para o terceiro<br />milênio o profissional da informação deverá ser<br />mais observador, empreendedor, atuante, flexível,<br />dinâmico, ousado, integrador, proativo e<br />principalmente mais voltado para o futuro. A<br />formação, portanto, deve estar voltada para a<br />obtenção de um profissional que atenda essas<br />características.<br />No Brasil os serviços mais prestados por bibliotecários<br />empreendedores que prestam consultoria à outros profissionais e<br />organizações são: normalização de documentos técnicos e<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 36<br /><br />científicos, organização de bibliotecas e implantação de centros de<br />documentação. De acordo com esses empreendedores, as<br />competências e habilidades mais exigidas deles são: predisposição<br />para atualização permanente, determinação e conhecimento das<br />tecnologias da informação. As competências mais mobilizadas para a<br />prestação desses serviços são: conhecimento da área de atuação,<br />relacionamento interpessoal, flexibilidade e rigor na qualidade dos<br />serviços (CARDOZO; BARBOSA, 2004).<br />Quando Cardozo e Barbosa (2004) perguntaram aos<br />empreendedores pesquisados sobre a possibilidade de um<br />bibliotecário empreendedor sobreviver no mercado, obtiveram as<br />seguintes respostas:<br />[...] sete responderam que há possibilidade de<br />viver-se apenas como empreendedor, prestando<br />serviços na área de biblioteconomia e<br />documentação. [...] Aqueles que disseram que é<br />possível sobreviver como bibliotecárioempreendedor,<br />justificam pela procura constante<br />de serviços, mas um deles chama a atenção para a<br />questão da mentalidade do empresariado em<br />relação à não-valorização dos serviços de<br />informação. Dois, apesar de ter respondido<br />afirmativamente, fazem a ressalva de que isto só é<br />possível se o bibliotecário tiver visão e<br />competência profissional para realizar os serviços<br />com qualidade, porque clientes satisfeitos<br />recomendam seus serviços a outros, propagando<br />suas atividades.<br />Além das áreas de atuação do bibliotecário empreendedor<br />citadas na pesquisa de Cardozo e Barbosa (2004), Baptista (2000, p.<br />92) sugere algumas áreas organizacionais e recuperacionais da<br />informação tradicionais e não tradicionais para a atuação do<br />bibliotecário, como:<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 37<br />[...] bibliotecas, videotecas, arquivos, editoras,<br />livrarias, museus, clipping (recortes de jornais<br />sobre um determinado tema), assessoramento a<br />profissionais de outras áreas (pesquisadores,<br />advogados, empresários etc.) realizando tarefas<br />de busca de informações especializadas, Internet<br />(organização de conteúdo e recuperação de<br />informação) e muitas outras.<br />Pesquisa realizada por Milano (2007), classificou as atividades<br />biblioteconômicas mais desenvolvidas por empresas de consultoria<br />em sete categorias:<br />− Disponibilização informação em qualquer suporte: normalizar<br />trabalhos técnico-científicos; recuperar informações; localizar<br />informações.<br />− Gerenciamento de unidades, redes e sistemas de informação:<br />projetar unidades, redes e sistemas de informação; automatizar<br />unidades de informação; implantar unidades, redes e sistemas de<br />informação.<br />− Tratamento técnico de recursos informacionais: desenvolver<br />bases de dados; desenvolver metodologias para geração de<br />documentos digitais ou eletrônicos.<br />− Desenvolvimento de recursos informacionais: conservar<br />acervos; preservar acervos.<br />− Disseminação da informação: elaborar clipping de<br />informações.<br />− Desenvolvimento de estudos e pesquisas: elaborar<br />diagnósticos de unidades de serviço.<br />− Desenvolver ações educativas: capacitar o usuário.<br />A autora concluiu que o bibliotecário que trabalha como<br />consultor informacional deve evitar sobrecarga e poluição<br />informacional, e também ter consciência de que uma de suas<br />obrigações é buscar informações seguras e disponibilizá-las<br />oportunamente ao usuário. Ela acrescenta ainda, que o serviço de<br />consultoria é um ótimo negócio para o bibliotecário, pois existem<br />diversas lacunas nos serviços prestados pelos profissionais da<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 38<br /><br />informação que podem ser preenchidas por esse profissional. Além<br />disso, o consultor pode ser um elemento chave para o crescimento<br />organizacional, pois executa atividades específicas por um período<br />de tempo pré-estabelecido, evitando assim, gastos fixos para a<br />organização. Finalizando, Milano (2007) afirma que atualmente o<br />mercado exige profissionais com diversas competências, habilidades<br />e que saibam gerenciar e disseminar a informação de forma eficaz e<br />eficiente.<br />Acrescente-se que o serviço de consultoria pode ser de grande<br />importância para as organizações que não têm um bibliotecário entre<br />seus colaboradores internos para auxiliar os gestores e tomadores de<br />decisão no planejamento e organização de seus sistemas de<br />informações gerenciais, por exemplo.<br />Além das atividades de consultoria tradicionais, como as<br />identificadas na pesquisa de Milano (2007), Tarapanoff (2000) diz<br />que surgiu para o bibliotecário uma nova função, conhecida por<br />information broker. Nessa função, o bibliotecário faz a<br />intermediação/agenciamento da informação para o cliente,<br />centrando-se na recuperação, interpretação e disponibilização de<br />informação com valor agregado às atividades do cliente, seja ele um<br />indivíduo ou uma organização. Em outras palavras, o information<br />Broker é um especialista, corretor de informação, que busca oferecer<br />um serviço que agrega valor à informação disponibilizada, tendo em<br />vista a competitividade do negócio do cliente, ou seja, melhor<br />posicionamento no mercado ou lucro para o cliente.<br />Esse serviço desenvolvido pelo information broker é<br />denominado brokerage ou “corretagem” de informação. Segundo<br />Heer (apud MARCHIORI, 1999, p. 165-166),<br />[...] o serviço de brokerage implica a busca<br />precisa de informação, na escolha da fonte<br />apropriada, no oferecimento de informações<br />complementares e na interpretação e avaliação de<br />informação para pessoas, grupos e instituições de<br />qualquer natureza, em que está envolvida uma<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 39<br /><br />relação de contrato e pagamento por tais<br />atividades.<br />Todavia para que o bibliotecário possa realizar o serviço de<br />brokerage ele necessita desenvolver habilidades de gerenciamento,<br />marketing e planejamento financeiro, além disso, o broker deve ser<br />empreendedor e trabalhar muito (MARCHIORI, 1999). Essas<br />habilidades podem ser buscadas, por exemplo, através de: cursos de<br />graduação e pós-graduação em biblioteconomia; estágios curriculares<br />e extracurriculares; cursos de curta duração nas áreas afins dos<br />clientes-alvo; cursos nas áreas de informação e comunicação e de<br />tecnologias afins. Assim sendo, para realizar serviços de brokerage o<br />bibliotecário deve ser capacitado a identificar, coletar, tratar e<br />disseminar informações internas e externas às organizações que têm<br />a informação como insumo estratégico tendo em vista às exigências,<br />necessidades e expectativas da sociedade e a busca de vantagem<br />competitiva no sistema de mercado.<br />Mas seria a atividade do information broker um negócio<br />viável? A respeito Marchiori (1999, p. 155) afirma que a lógica é<br />simples: “[...] se as pessoas compram carros, geladeiras, alimentos e<br />outros bens de consumo, elas podem, potencialmente, comprar<br />informação”.<br />Caso o bibliotecário não almeje abrir seu próprio negócio, ele<br />pode canalizar suas habilidades e competências empreendedoras para<br />dentro da organização em que trabalha. É aí, então, que se tem o<br />intraempreendedor ou o empreendedor corporativo. De acordo com<br />Alves (2006, p.18), “[...] o intraempreendedorismo ainda é fator<br />desconhecido para muitos profissionais e para outros ainda é novo,<br />em especial para os bibliotecários brasileiros”.<br />O bibliotecário intraempreendedor é o profissional que aplica o<br />empreendedorismo em seu local de trabalho. No entanto, para esse<br />fim, o bibliotecário precisa desenvolver perfil de profissional “[...]<br />inovador, criativo, líder, negociador, empresário, especialista na<br />busca diante da explosão da informação e especialista em redes”<br />(TARAPANOFF apud HONESKO, 2002, p. 5).<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 40<br /><br />Um dos ambientes propícios para o bibliotecário desenvolver<br />suas habilidades intraempreendedoras é a biblioteca, todavia, ele não<br />precisa ficar limitado a ela, pois não é mais raro ver o bibliotecário<br />atuando em outros tipos de organizações e das mais diversas áreas.<br />Porém, Honesko (2002, p. 1-2), apresenta uma preocupação:<br />[...] tendo em vista que o profissional da<br />informação desenvolve suas atividades em<br />ambientes que exigem mudanças em seus papéis<br />tradicionais, algumas atenções são exigidas.<br />Acredita-se na necessidade de aperfeiçoar suas<br />habilidades e transformá-lo em um profissional<br />empreendedor e inovador, preparando-o para este<br />novo e recente paradigma que o manterá<br />competitivo no futuro.<br />A autora enumera dez características empreendedoras de<br />profissionais da informação: busca de oportunidade e iniciativa;<br />persistência; riscos calculados exigência de qualidade e eficiência;<br />comprometimento; busca de informações; estabelecimento de metas;<br />planejamento e monitoramento sistemáticos; persuasão e rede de<br />contatos; e independência e autoconfiança.<br />O intraempreendedorismo nas unidades de informação ou em<br />outras organizações em que o bibliotecário atua pode contribuir para<br />uma melhoria dos produtos e serviços informacionais. Como afirma<br />Honesko (2002, p. 2):<br />A gestão empreendedora com ênfase na inovação<br />e criatividade, se adotada pelas bibliotecas,<br />provavelmente proporcionará a possibilidade da<br />abertura de novos caminhos e oportunidades para<br />que os gestores tenham uma ampla visão dos<br />objetivos corporativos e compreensão do<br />propósito das atividades e dos serviços que a<br />biblioteca oferece, tornando-os diferenciados e<br />relevantes. A efetivação de mudanças nesse<br />sentido sinaliza a possibilidade de prover os<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 41<br />usuários com o que lhes falta, antecipando dessa<br />forma suas necessidades e superando suas<br />expectativas.<br />O bibliotecário pode ser intraempreendedor de várias formas,<br />como:<br />− Facilitando a comunicação e interação na organização em<br />que atua, fazendo com que aconteça a união/cooperação entre os<br />setores;<br />− Executando suas funções de forma criativa com os,<br />geralmente, poucos recursos disponíveis;<br />− Desenvolvendo projetos para captar mais recursos para a<br />unidade de informação;<br />− Fazendo estudos, para identificar e conhecer seus clientes<br />e adequar os produtos e serviços às expectativas e necessidades<br />deles;<br />− Disponibilizando informações estratégicas para a<br />organização em que está inserido, visando facilitar a tomada de<br />decisão em todos os níveis hierárquicos;<br />− Antecipando-se às tendências e realizando mudanças nos<br />produtos e serviços que oferece antes que eles fiquem obsoletos e<br />caiam em desuso.<br />Em suma, o bibliotecário para diferenciar-se de outros<br />profissionais denominados profissionais da informação, precisa<br />enfatizar a sua capacidade empreendedora encontrando soluções para<br />os problemas informacionais de indivíduos e organizações,<br />recuperando e disseminando informações que exibam utilidade,<br />propriedade e exatidão para suprir as necessidades desses cliente.<br /><br />4 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />O objetivo enunciado foi apresentar o perfil do bibliotecário<br />empreendedor. Embora o tema não tenha sido discutido de forma<br />exaustiva, pode-se constatar que as principais características do perfil<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 42<br /><br />do bibliotecário empreendedor e/ou intraempreendedor são:<br />criatividade, flexibilidade, espírito de liderança, competência,<br />inovação, visão de negócio e boa comunicação. Adicionalmente, o<br />bibliotecário precisa desenvolver habilidades para lidar com as<br />tecnologias da informação e comunicação e investir em sua educação<br />continuada.<br />O bibliotecário para ser reconhecido e diferenciar-se dos<br />demais profissionais da informação tem de buscar se distinguir pelo<br />mérito e valor dos serviços que realiza. Entende-se que o valor de um<br />serviço de informação depende do grau de necessidade de ele ser<br />realizado: quanto mais necessário for realizá-lo, maior é seu valor. O<br />mérito se refere à boa realização do serviço, independente de seu<br />valor: um serviço é meritório quando faz bem e com eficiência aquilo<br />que se propõe. Portanto, um serviço de informação pode exibir<br />mérito, isto é, ser bem executado, porém ter pouco valor, isto é, ser<br />pouco necessário. Atento a isso, o bibliotecário empreendedor é<br />aquele que sabe empregar bem os recursos de que dispõe para<br />atender as necessidades e expectativas de seus clientes, isto é, sendo<br />eficiente e eficaz.<br />O campo de trabalho nas áreas da biblioteconomia e da gestão<br />da informação é vasto e oferece inúmeras oportunidades para os<br />bibliotecários empreenderem. Entretanto, são necessárias mudanças<br />no perfil desse profissional, que precisa cada vez mais ter visão<br />interdisciplinar, agregando continuamente novas competências e<br />habilidades para poder abraçar essas oportunidades e garantir sua<br />competitividade no mercado de trabalho. Enfim, o mercado de<br />trabalho do bibliotecário está em contínua e franca modificação e<br />expansão devido a fatores do sistema de mercado advindos da<br />globalização da economia e das tecnologias de informação e<br />comunicação, e ele precisa estar preparado para ser competitivo<br />nesse novo contexto.<br /><br />5 REFERÊNCIAS<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 43<br /><br />ALVES, Luciano Antônio. Empreendedorismo na área de<br />biblioteconomia: uma análise das atividades profissionais do<br />bibliotecário formado na UDESC. 2006. 62p. Trabalho de Conclusão<br />de Curso (Bacharel em Biblioteconomia – Habilitação em Gestão da<br />Informação) - Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),<br />Florianópolis, 2006. Disponível em:<br /><http://www.pergamum.udesc.br>. Acesso em: 27 mar. 2008.<br />BAPTISTA, Sofia Galvão. 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Anais eletrônicos ... Santiago, 1998. p. 109-114.<br />Disponível em: <http://utem.cl/deptogestinfo/21.doc>. Acesso em: 04<br />abr. 2008.<br />_____<br />ENTREPRENEUR LIBRARIAN PROFILE<br />Abstract: This article was developed researching the related literature and intends<br />to present the profile of the entrepreneur librarian. It also looks for the<br />characterization of the entrepreneur librarian, talking about their performance in<br />organizations and as the owner of their own business. It’s noticed that the<br />entrepreneurship in the areas like library science and information management are<br />vast and there are many opportunities for librarians undertake. However, some<br />changes are required in the profile of this kind of professionals, they need to<br />increase their multidisciplinary vision and continually add new skills and abilities<br />to be able to compete in the labor market.<br />Keywords: Library Science – Entrepreneurship; Library Science –<br />Intrapreneurship; Entrepreneur librarian; Intrapreneur librarian.<br />_____<br />Daiana Lindaura Conti<br />Acadêmica do Curso de Biblioteconomia – Gestão da Informação da<br />Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)<br />Estagiária do Arquivo Médico do Hospital de Caridade<br />Contato: daiconti@hotmail.com<br />Maria Carolina Carlos Pinto<br />Acadêmica do Curso de Biblioteconomia – Gestão da Informação da<br />Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)<br />Pesquisadora da Knowtec<br />Contato: mcarolinacp@hotmail.com<br />Delsi Fries Davok<br />Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.1, p.27-46, jan./jun., 2009. 46GILCELIO EM 2011, UM NOVO BIBLIOTECÁRIO!!!!http://www.blogger.com/profile/03635209213171788253noreply@blogger.com2